Novilíngua companheira
“Era um partido pequeno, que depois passou a ser grande e, como tal, foram aparecendo defeitos. Gente que dá muito valor ao Parlamento, outros aos cargos públicos”.
Lula, na entrevista ao jornal espanhol El País, ensinando que, na novilíngua companheira, gente que dá muito valor ao Parlamento ou aos cargos públicos é a mesma coisa que “quadrilha do mensalão”.
“Esses protestos são saudáveis. Um povo faminto não tem disposição para a luta”.
Lula, em entrevista ao jornal El País, explicando que os protestos de junho só existiram porque todo mundo passou a comer as três refeições por dia que o inventor do Brasil Maravilha prometeu em 2003.
“O que não pode se admitir é que depois que uma pessoa se submete a um processo e não se descobre nada, ninguém peça desculpas”.
Lula, em entrevista ao diário espanhol El País, sem revelar se também acha que uma pessoa com culpa no cartório deve pedir desculpas quando se descobre tudo, como nos casos do mensalão e de Rosemary Noronha, fora o resto.
“Sou um democrata. Defendo a liberdade de imprensa”.
Lula, em entrevista ao diário espanhol El País, revelando que só se opõe ao controle social da imprensa quando conversa com jornalistas estrangeiros.
“Em dez anos conseguimos mais do que no século XX”.
Lula, em entrevista ao El País, certamente pensando no desenvolvimento da corrupção impune.
“O PIB vai crescer 3% no ano que vem, e se houver uma boa recuperação pode chegar a 4%”.
Guido Mantega, vidente doidão disfarçado de ministro da Fazenda, em entrevista ao Estadão, despertando a suspeita de que só vai fazer previsões anuais para não ser ridicularizado todo fim de mês.
“Dá uma trabalheira vocês botarem cartazes e eu tentando ler. Aperto o olho e não consigo. Não enxergo de longe bem, principalmente quando é pequenininho, viu?”
Dilma Rousseff, durante o lançamento do Plano Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica em Brasília, avisando que só não consegue enxergar de longe cartazes com críticas ao governo.
“Nada a declarar”.
João Vaccari Neto, tesoureiro do PT, sobre a briga entre os correligionários pelo controle do dinheiro da campanha eleitoral de 2014, incluída a bolada de R$ 12 milhões para Franklin Martins cuidar da comunicação de Dilma Rousseff nas redes sociais até o ano que vem, mostrando ter aprendido com os mensaleiros que falar demais pode dar cadeia.
“Eu tinha uma frustração na vida, tinha vontade de ser economista. Economista sabe tudo quando está na oposição”.
Lula, nesta sexta-feira, durante um comício no Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo, ao tratar com ironia as declarações de Marina Silva sobre economia, traindo o ressentimento devotado pelo Exterminador do Plural à ex-senadora que se alfabetizou aos 15 anos e sabe muito mais coisas do que o conselheiro do mundo que nunca leu um livro nem sabe escrever.
“Uma vez ouvi numa dessas conferências que o conceito de conferência é conferir se tudo está nos conformes”.
Dilma Rousseff, nesta quinta-feira, durante a 2° Conferência Nacional de Desenvolvimento Rural Sustentável, revelando que o neurônio solitário confunde conferência com auditoria, revisão de textos ou qualquer coisa que pode ou não estar nos conformes.
“Não estamos na pré-campanha, estamos em 2013″.
Luiz Fernando Pezão, vice-governador do Rio, candidato à sucessão de Sérgio Cabral desde 2012, fingindo que ele e o chefe nem falaram da eleição de 2014 na reunião com Rui Falcão, presidente do PT, em que só falaram da eleição do ano que vem.
“Ô, gente, R$ 7 bilhões de crédito rural e ele está me pedindo crédito rural? Ah, creche rural? Também concordo. Mas aqui, vocês peçam isso no próximo programa, tá bom?”
Dilma Rousseff, durante o lançamento do Plano Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica em Brasília, confundindo com “crédito rural” as “creches rurais” reivindicadas pela plateia, sem esclarecer se as 6 mil creches prometidas na campanha de 2010 fazem parte do “próximo programa” ou continuam no programa antigo que nunca desceu do palanque.
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